Já lá vai o tempo em que os vendedores de praia, passavam alegremente pelos banhistas a apregoar lengalengas divertidas e que ficavam no ouvido. Cada vendedor tinha o seu estilo e notava-se uma certa competição entre eles para ser mais original e conquistar a clientela. Na altura vendia-se essencialmente gelados, bebidas frescas e línguas da sogra.
Agora há vendedores de todas as nacionalidades, principalmente senegaleses e brasileiros que passam por nós com cara de “enfardem lá bolas de berlim para eu me livrar deste peso e ir pó café mamar jolas”. Raros são os que apregoam e só damos por eles porque passam a abanicar um guizo super irritante como se fossem o Pai Natal dos areais portugueses. Quanto à mercadoria vê-se de tudo, bolas de berlim, bolacha americana, fruta, os panos da moda que vêm substituir as tradicionais toalhas, óculos da Ray Berry, malas da Luis Vitor, roupa, entre 1269 chinesices. Os vendedores de praia estão preguiçosos mas com guizo ou sem guizo, as bolas de berlim continuam maravilhosas.