Em 2009 era solteira, magra e morava com os meus pais. Zangava-me todos os dias com a minha irmã porque ela usava as minhas coisas sem pedir autorização. Chama-lhe estúpida e gritava que nem uma louca sempre que isto acontecia.
Tinha uma vidinha boa sem grandes responsabilidades. Ia ao ginásio, pintava as unhas conforme a roupa que ia usar no dia seguinte e orgulhava-me da minha coleção de sapatos.
Tinha uma vidinha boa sem grandes responsabilidades. Ia ao ginásio, pintava as unhas conforme a roupa que ia usar no dia seguinte e orgulhava-me da minha coleção de sapatos.
Em 2009 a minha mãe era uma chata com piada e deixava diariamente recados como este num caderno…
Entretanto casei, tive 2 filhos, a minha irmã juntou-se com o namorado e a minha mãe está sozinha. Cada uma seguiu o seu destino e somos felizes à nossa maneira, mas lá no fundo morremos de saudades daqueles tempos.
Eu tenho saudades de quando a minha irmã usava, estragava e perdia as minhas preciosas coisas.
Ela tem saudades da alegria que era estamos juntas ao serão nas nossas parvoíces de irmãs.
Até a minha mãe tem saudades de chegar a casa e as mulas das filhas terem fingido que não viram o recado que deixou!
Mas assim é a vida. Somos uma família normal que está a construir a sua própria família. É o ciclo normal.
A minha irmã “casou” recentemente e a minha mãe sente-se perdida numa casa vazia. Criou e educou com tanto amor e dedicação para após 32 anos na nossa companhia ficar sozinha. Compreendo a sua tristeza.
Escrevi este texto porque amo estas duas meninas e apesar de vivermos em paredes diferentes é a única coisa que nos separa. Paredes.
Beijo mamy & sis.