Desencravar pelos. Crochet. Palavras cruzadas dos livrinhos com gajas nuas na capa. Ler revistas com títulos “Pai de Fanny acusado de Violação”, ou declarações de Cristina Ferreira “Faz-me falta um companheiro”. Ler a Bola ou o Record e discutir durante 27h as contratações dos clubes. Espremer borbulhas nas costas da cara metade. Mijar na água. Gritar com os miúdos. Construções inúteis para que a água não molhe o acampamento quando a maré subir. Espetar beatas na areia. Desatar a parte de trás do soutien. Pitar de 5 em 5 minutos o farnel que trazemos orgulhosamente na geleira azul. Emburcar packs de minis. Entalar a cueca do biquini no rego. Fingir que não nos apetece bolas de berlim, eu incluída. Bresuntar o corpo com óleo e fritar ao sol. Ouvir as conversas dos outros enquanto fingimos dormir. Olhar para os cus e mamas alheios. Falar línguas estrangeiras só porque somos emigrantes.
é o que temos.
é o que temos.