Chorei.
Eu sabia que ia acontecer, sou uma mãe mariquinhas e tenho muita dificuldade em controlar as minhas emoções.
Saímos de casa felizes, ele está feliz com a nova escola de meninos crescidos, deixámos o mano no infantário e seguimos até ao mundo desconhecido!
Nunca tinha entrado na nova instituição, não conheço a educadora nem a auxiliar e isso deixa-me insegura.
Peguei-lhe na mão, ele ia saltitando e fazendo mil perguntas, à medida que nos fomos aproximando do portão senti o coração a disparar, as lágrimas caíam pelo rosto e já não consegui responder-lhe mais. O pai assumiu o comando da experiência e eu perdi-me nos meus pensamentos.
Chegámos à sala, os meninos sentados numa rodinha e os pais nas mini mesas da sala. Eles entraram, eu fugi para o primeiro canto que me apareceu. Era incontrolável, não conseguia parar de chorar. Sentia-me uma totó, mas ouvia lá ao fundo as auxiliares a comentar que é normal as mães chorarem e fiquei mais tranquila.
Tentei aproximar-me da sala e senti mães e pais a olharem para mim com aquele ar de “eu sei o que estás a sentir” e ali fiquei à porta, lavada em lágrimas, a ouvir a história que a educadora contava de forma tão carinhosa.
Era a história de um guaxinim que não queria ir à escola porque gostava muito da mãe e queria ficar com ela. A mãe percebeu a sua ansiedade e contou-lhe um segredo muito antigo, “um beijo na mão”. A mãe abriu a mão do guaxinim, deu-lhe um beijinho na mão e disse-lhe que quando tivesse saudades dela ou estivesse assustado podia aconchegar a mão à sua cara e sentir o amor da sua mãe.
Era uma mensagem para todos os que estavam naquela sala, pais e crianças, afinal o meu pequeno guaxinim é que devia estar assustado e não a sua mãe! Era suposto eu transmitir-lhe confiança e motivá-lo para a nova fase e estava um farrapo de emoções.
As mães também têm as suas fraquezas e o medo pelo desconhecido é um dos meus principais motivos de ansiedade.
Entreguei-o às profissionais, agora resta-me confiar no seu trabalho enquanto educadoras e esperar que seja um ano repleto de novas experiências, muitas aprendizagens e brincadeiras.
Um beijinho na mão para todos nós.
Não sou mãe mas sou professora e percebo como é difícil para os pais este momento.
Muita ansiedade, muitos receios…mas também uma boa dose de coragem para deixar os seus filhos "abrirem asas" e, também, por confiá-los às educadoras/professoras. 🙂
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acredito que deva ser tão dificil para os pais como para os professores porque têm de saber lidar com as duas frentes,crianças e pais receosos
Um beijinho e bom ano escola
Não sou mãe mas imagino que quando chegue a altura me aconteça o mesmo.
Beijinhos,
Yellow Rain
é muito dificil gerir as emoções nestes dias, sentimos que os estamos a abandonar!
Não sou mãe, mas temo que quando chegar ao dia faça o mesmo infelizemente. Mas sim, segundo várias amigas minhas é o mais normal de acontecer, e isso não revela fraqueza! Força e que tudo corra bem.
Os Piruças
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muito obrigada pelas tuas palavras
um beijinho