27/06/2009
Sai um brinde a nós e ao que conquistámos ao longo destes 10 anos de casamento, mais 9 de namoro. São 19 anos de vida em comum, de partilha, de carinho, de amor.
Tem sido uma longa viagem, momentos incríveis, alguma turbulência mas com os cintos apertados e cumprindo as regras básicas de segurança o voo chega sempre ao destino.
Ainda me lembro de quando o vi pela primeira vez na escola. Eu tinha 10 anos e havia algo naquele rapaz de camisola da SEGA que me despertava a atenção diariamente. Todos os dias reparava nele. Tínhamos em comum Religião e Moral, a disciplina que nos levava de excursão a vários sítios e eu fazia sempre os possíveis para ficar ao pé do moço no autocarro. Ele fazia-me rir, era bem disposto e estava sempre na galhofa. Até que cheguei ao 7.º ano e cada vez estávamos mais próximos. Tínhamos amigos em comum, jogávamos ao mata no intervalo, íamos juntos para a paragem e num daqueles dias banais de escola surgiu o primeiro xoxo. Namorámos 3 dias mas as coisas não correram muito bem!
Nos dois anos seguintes, 8.º e 9.º ano, ele ficou na minha turma e de apaixonámos passámos a inimigos. Ele era um parvalhão! Nem o podia ver à frente, mal sabia o que o futuro me reservava.
Mudei de escola aos 14, fui estudar para Setúbal e por vezes encontrava-o no autocarro. Continuava a despertar em mim um misto de odeio este gajo mas até gosto dele!
Aos 16 anos comecei a conviver novamente com o rapaz da SEGA. Estranhamente ele vinha sempre à mesma hora que eu no autocarro, era tão amoroso que saía na minha paragem e leva-me a casa, não fosse o gabiru aparecer para me raptar.
Estava quase a entrar nos 17 quando me lembrei que podia convidar o Ricardo para a minha festa de aniversário. Bebemos sangria, ele beijou-me e no fim da noite perguntou se éramos namorados, respondi – “acho que sim” e cá andamos há 19 anos.
Foi o meu par no baile de finalistas do 12.º ano. Acompanhou todo o meu percurso universitário, o primeiro emprego, estava lá quando tirei a carta, fizemos a primeira viagem de avião juntos, construímos casa, ele construiu o seu próprio negócio, casámos e fabricámos 2 meninos.
Temos tantas histórias em comum, experiências do caraças por esse mundo fora. Lembro-me tão bem quando fui caçada a sacar fotos nas cremações da Índia, foi ele que me salvou daqueles hindus maus. Nas Phi Phi estávamos a fazer snorkeling e vimos um tubarão a 2m, também foi ele que me empurrou até à margem porque entrei em pânico e não conseguia nadar. Em Cuba apanhei a bezana da minha vida e ele estava lá para me segurar a testa enquanto bolsava litros de mojitos. Se isto não é amor?
Não sei o que o destino nos reserva de futuro, só espero estar lá para o ajudar a encontrar a bengala ou para lhe dizer onde deixou a prótese dentária. Os homens nunca encontram nada, vocês sabem.
Parabéns a nós e obrigada a todos os que fazem parte da nossa vida.
Espetacular